O Dia das Mães costuma ser celebrado com homenagens calorosas e mensagens de gratidão. No entanto, para algumas pessoas, essa data pode evocar sentimentos complexos, especialmente quando a relação com a mãe foi marcada por ausência ou rejeição. As histórias de Tina Turner e Oprah Winfrey ilustram como, mesmo diante de vínculos maternos difíceis, é possível construir trajetórias de superação.
Tina Turner, nascida Anna Mae Bullock, enfrentou uma infância desafiadora. Aos 11 anos, sua mãe, Zelma Bullock, deixou a família. Em sua autobiografia I, Tina (1986), Tina relata que, mesmo após o reencontro, a mãe nunca demonstrou carinho ou orgulho por suas conquistas. Em uma entrevista, Tina expressou: “Ela nunca quis essa criança. Quando cresceu e teve sucesso, ela não aceitou porque era algo que não queria. Talvez fosse inveja. Existe algo como inveja materna? Não sei.”
Oprah Winfrey também teve uma relação complexa com sua mãe, Vernita Lee. Filha de uma jovem de 17 anos, Oprah foi criada nos primeiros anos por sua avó, em condições de extrema pobreza. Aos seis anos, passou a viver com a mãe em Milwaukee, onde enfrentou negligência e episódios de abuso. Em relatos, Oprah compartilhou que, ao ser convidada a falar sobre sua mãe em um evento religioso, não conseguiu lembrar de um único momento afetivo. Ela expressou gratidão apenas pelo fato de sua mãe não ter interrompido a gravidez.


Apesar das dificuldades, ambas buscaram a reconciliação. Tina esteve ao lado da mãe antes de sua morte em 1999, mesmo sem reciprocidade emocional visível. Oprah, em 2018, reescreveu o fim da história com sua mãe ao cuidar dela nos últimos dias de vida. Ela declarou: “Agradeço, porque sei que foi difícil para você. Foi difícil para você como uma jovem tendo um bebê, no Mississippi. Sem educação. Sem treinamento. Sem habilidades. Dezessete anos, você engravida desse bebê. Muitas pessoas teriam dito para você dar esse bebê. Muitas pessoas teriam dito para você abortar esse bebê. Você não fez isso. Eu sei que isso foi difícil. Quero que você saiba que, não importa o quê, eu sei que você sempre fez o melhor que sabia fazer.” Oprah Daily
Essas histórias revelam que nem todas as relações maternas seguem o roteiro idealizado pela sociedade. Para muitas pessoas, o Dia das Mães é uma data de sentimentos ambíguos, onde o amor se mistura à dor e à busca por aceitação. Reconhecer e validar essas experiências é fundamental, oferecendo espaço para que cada indivíduo possa viver essa data de acordo com sua realidade emocional.
Para aprofundar-se nas histórias de Tina Turner e Oprah Winfrey, recomenda-se as seguintes obras:
- I, Tina – Autobiografia de Tina Turner.
- Tina – Documentário da HBO que explora a vida e carreira de Tina Turner.
The Life You Want – Livro de Oprah Winfrey que aborda sua jornada de autoconhecimento e superação.
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